Como navios blindados seguimos em frente, resistindo ao inimigo de nossa alma, lutando até o sangue contra o pecado e vencendo o mundo, pelo temor do Senhor, o Deus Todo-Poderoso.

(Cada autor deste blog é responsável por suas opiniões e criações)

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Semeando (se)mentes

O início de um texto é tão importante quanto o início em qualquer outra parte da nossa vida. 
Cada ser humano tem seu próprio início, sem maiores polêmicas, quando é concebido, ainda no ventre materno. Nesse momento começam inúmeros outros inícios em efeito dominó. Por exemplo, a formação do código genético de cada indivíduo é o que desencadeia suas futuras aptidões físicas e cognitivas, que vão gerar inúmeras possibilidades de começar ou não certas atividades. Tudo em nossa vida, na dimensão humana, é assim. Tudo teve origem em algum lugar, algum tempo. 

O início de tudo.
Seja nesse texto ou na nossa vida, os inícios são essenciais. Dependemos diretamente deles em tudo o que fazemos. E nós, novas criaturas, somos diferentes das demais pessoas, temos um segundo "início de tudo" em nossas vidas que é tão importante quanto o nosso concebimento (Jo 3:3). É nesse nascer de novo que a nossa vida espiritual vai se basear. 

Tudo começa com a preparação da terra (Mt 13:23), que se dá ao ouvir e compreender a pregação da palavra, que é a semente. Essas duas atitudes nos darão a fé necessária para crer em Deus, no sacrifício de Cristo e no Espírito Santo (Rm 10:17). Assim somos concebidos e nascidos de novo, como novas criaturas (2 Co 5:17), e como tais temos também um novo objetivo: não vivemos mais para nós mesmos e sim para Cristo (2 Co 5:15). 

Para tal objetivo se tornar viável existe um único caminho, que é amar a Deus incondicionalmente (Dt 6:5). Pois foi por causa do "amou de tal maneira" de João 3:16 que Jesus viveu e morreu por nós, para que nós pudéssemos verdadeiramente viver. E se quisermos viver para Cristo, a nossa atitude deve ser exatamente como a dEle por nós, devemos entregar a nossa vida a Ele por amor.
É preciso ser regado pelo ensino para crescer.
No trecho acima, foram citados três personagens, direta ou indiretamente, que não parecem estar muito relacionados um com outro. Primeiramente Jesus e Nicodemos, pois foi citado João 3, e depois Moisés, já que é ele o autor de Deuteronômio. Assim temos Nicodemos querendo se converter, Jesus pregando a Palavra pra ele e Moisés dando a receita de como proceder depois de se converter.

Podemos dizer que Nicodemos é a terra fértil. Apesar dele não compreender a pregação, ele foi em busca dela. Jesus é o semeador. A instrução de Moisés regará a semente depois de semeada. 
E é interessante percebermos como esses três personagens tão distintos estão relacionados por um evento tão singular. Qual evento é esse? Por mais difícil que seja de acreditar, é isso mesmo: Neustã, a serpente de bronze. Se quiserem entender isso é melhor continuar lendo, não me chamem de herege ainda.

Em Números 21: 4 a 9 vemos o episódio da serpente de bronze no antigo testamento. O povo de Israel estava murmurando mais uma vez sem motivo e provocou a ira do SENHOR, que castigou o povo através de serpentes. O livramento veio por meio de uma serpente de bronze confeccionada por Moisés. Todo aquele que visualizasse a serpente estaria curado do veneno proveniente de uma picada. E o que isso tem a ver com Jesus e Nicodemos? Jo 3: 14 e 15. O Filho do Homem foi levantado numa cruz como a serpente no deserto, e todo aquele que visualizar esse sacrifício, ou seja, crer nele, será salvo do veneno introduzido no mundo pela serpente, o pecado.

É uma analogia incrível e tudo, mas não é só isso o que importa nessa interligação de histórias. Devemos entender que as serpentes no meio do povo eram uma disciplina da parte de Deus, ou seja, algo estava sendo ensinado. No versículo 5 de Nm 21, o povo estava murmurando contra Deus. A murmuração nada mais é do que perder o foco, não enxergar as coisas certas. Israel reclama dizendo que não havia pão nem água naquele deserto, mas sabemos que Deus fazia cair pão do céu e tirava água de rochas pra saciar a fome e a sede do seu povo. Ou seja, Israel estava olhando pro lugar errado. Por isso Deus manda aquelas serpentes, pois até então não existia relato algum de morte causada por serpente (perigo comum pra qualquer grupo com mais de 600.000 pessoas atravessando o deserto) desde o início do Êxodo. O livramento do Senhor estava presente o tempo todo e o povo deixou de enxergá-lo. Por isso a cura veio por meio de uma atitude: olhar pro lugar certo, não pra aridez do deserto ou pra "atrativa" antiga vida do Egito, mas pra proteção e livramento de Deus.

E assim também deve ser conosco, Jesus nos livrou da morte e não podemos parar de olhar pra isso. Se desviarmos os olhos vamos focar na aridez da vida ou na nossa atrativa antiga vida, não de escravidão no Egito, mas de escravidão pelo pecado. Não podemos tirar os olhos do livramento de Deus através do sacrifício de Cristo. Isso é o que Jesus está mostrando pra Nicodemos. 

Não devemos visualizar o livramento de Deus só quando nos convertemos, mas durante toda a nossa vida como novas criaturas. E para lograrmos êxito em olhar sempre pro lugar certo, precisamos amar as coisas certas. Em primeiro lugar vem o que Jesus e Moisés ensinaram em seus últimos dias de vida (Dt 6:5 e Mt 22:37). Amar a Deus a ponto de se doar inteiramente: todo o coração, toda a alma e toda a força. 

Por isso dependemos tanto do nosso segundo início, porque foi ali que pela primeira vez vimos a Cristo como nosso livramento da morte da eterna. E assim precisamos, muitas vezes, parar e meditar em aonde se encontram os nossos olhos, aonde estamos focando, pois ali vai ser onde estará também o nosso amor. Com essas passagens Deus nos ensina a olhar na direção correta e amar o que se deve amar para continuarmos crescendo e frutificando, sem que precisemos ser disciplinados como o povo de Israel foi. Aprendamos com a Palavra, com o que Deus está nos ensinando. Amém.

*Nota do autor: a intenção é continuar expondo esse assunto nas próximas postagens.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Bênçãos e Maldições

Rei Saul, Rei Davi, Rei Salomão. O terceiro rei de Israel, o grandíssimo rei Salomão. Dono de uma história surpreendente, desde a coroação até sua morte, Salomão pode nos ser um exemplo em todos os aspectos, bons e maus, indo desde a sabedoria até a desobediência. Sabemos o quão grande era este homem mesmo na sua juventude quando pediu sabedoria a Deus. E a bíblia nos fala que o Espírito Santo se agradou deste pedido, ou seja, o Senhor se agradou da escolha de Salomão, pois era uma escolha humilde... Imaginem um jovem rei, com mais ou menos entre 19 e 25 anos.
A nossa idade.

 
Imaginem esse rapaz com toda a riqueza de um país para ministrar que hoje em dia valeria milhões de dólares, servos incontáveis, inimigos para subjugar, filho do maior rei que o planeta viu e verá... Com motivos de sobra para bater no peito e se vangloriar de qualquer coisa que fizesse. Esse mesmo jovem rei, quando questionado por Deus, escolheu ser sábio. E Deus o abençoou com riquezas, paz e vida longa. Salomão era com Deus e Deus era com Salomão. Só foi exigida uma única coisa de Salomão que está lá em 1 Reis 3:14: “E, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos, e os meus mandamentos, como andou Davi teu pai, também prolongarei os teus dias.”
E assim foi por bons 30 anos.

 
Mas aí então chegamos ao texto de hoje. Salomão, apesar de ter sido humilde e sábio na juventude, agora se mostrava um sábio orgulhoso. Salomão no fim da vida deixou Deus de escanteio e passou a considerar todas as coisas que possuía como obras de suas mãos. As toneladas de ouro, prata e marfim lhe subiram à cabeça e o bondoso rei agora era um rei soberbo, egocêntrico e mesquinho...

 

Jovem Rei

1 Reis 25 vai estritamente de encontro da Lei do Senhor acerca de como deveria ser o rei de Israel que encontramos em Deuteronômio 17:17: “Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem prata nem ouro multiplicará muito para si.”  As bênçãos de Deus representadas pela riqueza, foram bênçãos por muito tempo, mais ou menos 30 anos. Porém, no momento em que o coração do rei se movia um pouco mais em direção a elas, ele se movia em direção contrária a Deus. De pouquinho em pouquinho, Salomão foi deixando Deus de lado. As bênçãos se tornando maldição. Quando viu que não tinha acontecido nada demais, resolveu ignorar também Deuteronômio 17:16: “Porém ele não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito para multiplicar cavalos; pois o SENHOR vos tem dito: Nunca mais voltareis por este caminho.
 
Salomão estava afundando no pecado...

 
Já tinha se esquecido de quão boa é a presença de Deus.

 
Até que sua perdição chegou.

 
Versículos 1, 2 e 3 do capítulo 11: “E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.”

 
Nesse momento, Salomão já foi de encontro a quase todos os requisitos de um rei. Ao tomar as mulheres estrangeiras para si, percebe-se o distanciamento profundo de Salomão para com Deus. Além disso, se vê também a sua mania de grandeza. Como se não bastasse uma, o rei tomou 700 esposas e 300 concubinas. 1000 mulheres. Eu disse MIL.

 
Não deu outra, versículos 4-8 do capítulo 11: “Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o SENHOR seu Deus, como o coração de Davi, seu pai, porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do SENHOR; e não perseverou em seguir ao SENHOR, como Davi, seu pai. Então edificou Salomão um alto a Quemós, a abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom. E assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras; as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses.


Era mulher demais
Daqui para frente, Salomão entra em decadência. Inimigos se levantam para matá-lo e ele entra em uma tristeza profunda. Principalmente depois dos versículos 9 e 10: “Pelo que o SENHOR se indignou contra Salomão; porquanto desviara o seu coração do SENHOR Deus de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera. E acerca deste assunto lhe tinha dado ordem que não seguisse a outros deuses; porém não guardou o que o SENHOR lhe ordenara.
 
Se indignou” aqui designa uma palavra no hebraico que é usada como “esforço para irar-se”. A ideia aqui é que o Senhor Deus se esforçou, protelou até o ultimo minuto até retirar seu Espírito e suas bênçãos do rei Salomão pois ele o amava!
Mas não teve jeito.

 
E acerca deste assunto lhe tinha dado ordem” O Senhor o alertou diversas vezes sobre o pecado e castigo iminente, mas Salomão se recusou a ouvir. Salomão morreu pouco tempo depois, seu filho (tão desviado quanto) foi deposto e não há indícios concretos de sua volta para Deus. Mas eu creio!

 
Por vezes somos como Salomão. Imitamos suas atitudes. No começo da nossa vida espiritual somos belos servos do Senhor, humildes de coração quebrantado e o nosso desejo é louvar e adorar ao Senhor. Mas frequentemente, não percebemos (ou sim) o perverso pecado entrando nas nossas vidas. O confundimos com bênçãos, e às vezes de fato são, mas que acaba se tornando maldição, nos levando a pecar contra a Palavra de Deus.
Diante desta história, podemos tirar no mínimo três aplicações. No mínimo.

A primeira é: Devemos ser humildes. Não importa se és rico de espírito ou dinheiro. Divida-o. Ou se decidir guardar, que não seja para glorificar-se. Salomão guardou prata, carros e cavaleiros. E foi assim que começou sua queda. 1 Tm 6:10: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” Com certeza, Salomão foi um desses que se desviaram da fé por causa da cobiça. Ganância e soberba. Não há mal que não venha desses sentimentos.

 
A segunda é: Cuidado com as bênçãos. Até mesmo o homem mais sábio do mundo se deixou seduzir pelas belezas e “alegrias” mundanas, se desviando até do Senhor. Por vezes, ganhamos algo novo, como um carro, namorada, emprego... Qualquer coisa que tenha sido dada pela graça do Senhor, Ele te deu para que você o glorifique no seu uso diário. Para que você o alegre agradecendo-o. Mas aí pensamos: “ah, vou sair com os amigos no carro hoje e quando voltar leio a bíblia”. Ou: “vou fazer hora extra hoje”. Ou ainda trabalha-se tanto que se estressa e não reflete mais o amor de Deus no trabalho... Enfim, transformar as bênçãos em maldições é comum hoje em dia.

 
E a terceira e mais importante: Obedeça a Palavra de Deus. 1 Reis 3:3: “E Salomão amava ao SENHOR”.
João 14:21: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” Vimos que Salomão realmente amava a Deus e Sua Palavra. Ele tinha prazer em guardá-la e a Deus também era prazeroso guardar Salomão. Mas com o passar do tempo, o rei deixou de ler a palavra e esqueceu os seus mandamentos. Pois não há sabedoria humana que subsista sem o Espírito do Senhor. Salomão se perdeu e, ao que tudo indica, teve um fim trágico. A Palavra de Deus é perfeita e agradável e quem nela anda jamais estará desamparado. Salmo 119 que o diga.

 
Apesar de o Senhor se esforçar em irar-se contra nós, seus filhos, ele se ira, pois é justo. Não nos enganemos, pois o juízo do Senhor vem.

Que não esperemos perder tudo para percebermos que a Palavra é o caminho e que Jesus é a Palavra. Como foi dito em João 14:21: “e eu o amarei”. 


Que possamos ter paz com Deus seguindo os Seus Mandamentos. Daqui pra sempre.

terça-feira, 22 de julho de 2014

A Chegada


O novo é uma constante na vida do jovem. Sempre ávido por auferir novas experiências, sempre tentando abarcar o universo nos próprios e noveis braços, o jovem é um ser vivaz. Parece que nunca se cansa de viver nesse turbilhão de ideias. Pensa que, de tanto imaginar, uma hora vai conseguir alçar esse voo livre pelos céus dos sonhos que vive a criar. Acalma-te, jovem! Ainda haverá mais novidade a explorar do que você consegue ter energia para se deleitar.


Pensando nisso, hoje dividimos a ditosa oportunidade de experimentar algo inédito. Tão sublime, tão jovem, tão vivo, que se faz semelhante ao dia em que alguém se depara com a grandeza do mar (ah! o mar...), que é, irrefutavelmente, verdadeira obra das mãos do Criador do universo.

Mas, afinal, de que novidade estamos falando? Falamos, então, querido interlocutor, do primeiro post do blog ENCOURAÇADO, que se apresenta nestas modestas palavras, pela graça e misericórdia de Deus.

Sim, hoje mergulhamos num mar de ocasiões. Mar este em que adentraremos para aprender, à luz das Escrituras Sagradas, como viver nossa juventude sem que sejamos incautos diante das experimentações juvenis e sem nos desligar do constante temor necessário à uma vida espiritual saudável. (Eclesiastes 11.9-10; Salmo 119.9-11)

De jovem para jovem, vamos dividir lutas e multiplicar forças, dirimir dúvidas e acumular sabedoria vinda do alto, abençoar e ser abençoado, pelo amor que nos faz um. (Tiago 3.17-18)

Vamos caminhar juntos e mais fortes em meio às muitas tribulações que nos acometem, sabendo que, blindados pela Palavra de Deus, atravessaremos as tempestades e prosseguiremos para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. (Eclesiastes 4.12; Filipenses 3.14)


Chegamos! Deus é bom.