O início de um texto é tão importante quanto o início em qualquer outra parte da nossa vida.
Cada ser humano tem seu próprio início, sem maiores polêmicas, quando é concebido, ainda no ventre materno. Nesse momento começam inúmeros outros inícios em efeito dominó. Por exemplo, a formação do código genético de cada indivíduo é o que desencadeia suas futuras aptidões físicas e cognitivas, que vão gerar inúmeras possibilidades de começar ou não certas atividades. Tudo em nossa vida, na dimensão humana, é assim. Tudo teve origem em algum lugar, algum tempo.
Tudo começa com a preparação da terra (Mt 13:23), que se dá ao ouvir e compreender a pregação da palavra, que é a semente. Essas duas atitudes nos darão a fé necessária para crer em Deus, no sacrifício de Cristo e no Espírito Santo (Rm 10:17). Assim somos concebidos e nascidos de novo, como novas criaturas (2 Co 5:17), e como tais temos também um novo objetivo: não vivemos mais para nós mesmos e sim para Cristo (2 Co 5:15).
Para tal objetivo se tornar viável existe um único caminho, que é amar a Deus incondicionalmente (Dt 6:5). Pois foi por causa do "amou de tal maneira" de João 3:16 que Jesus viveu e morreu por nós, para que nós pudéssemos verdadeiramente viver. E se quisermos viver para Cristo, a nossa atitude deve ser exatamente como a dEle por nós, devemos entregar a nossa vida a Ele por amor.
O início de tudo. |
Seja nesse texto ou na nossa vida, os inícios são essenciais. Dependemos diretamente deles em tudo o que fazemos. E nós, novas criaturas, somos diferentes das demais pessoas, temos um segundo "início de tudo" em nossas vidas que é tão importante quanto o nosso concebimento (Jo 3:3). É nesse nascer de novo que a nossa vida espiritual vai se basear.
Tudo começa com a preparação da terra (Mt 13:23), que se dá ao ouvir e compreender a pregação da palavra, que é a semente. Essas duas atitudes nos darão a fé necessária para crer em Deus, no sacrifício de Cristo e no Espírito Santo (Rm 10:17). Assim somos concebidos e nascidos de novo, como novas criaturas (2 Co 5:17), e como tais temos também um novo objetivo: não vivemos mais para nós mesmos e sim para Cristo (2 Co 5:15).
Para tal objetivo se tornar viável existe um único caminho, que é amar a Deus incondicionalmente (Dt 6:5). Pois foi por causa do "amou de tal maneira" de João 3:16 que Jesus viveu e morreu por nós, para que nós pudéssemos verdadeiramente viver. E se quisermos viver para Cristo, a nossa atitude deve ser exatamente como a dEle por nós, devemos entregar a nossa vida a Ele por amor.
É preciso ser regado pelo ensino para crescer. |
No trecho acima, foram citados três personagens, direta ou indiretamente, que não parecem estar muito relacionados um com outro. Primeiramente Jesus e Nicodemos, pois foi citado João 3, e depois Moisés, já que é ele o autor de Deuteronômio. Assim temos Nicodemos querendo se converter, Jesus pregando a Palavra pra ele e Moisés dando a receita de como proceder depois de se converter.
Podemos dizer que Nicodemos é a terra fértil. Apesar dele não compreender a pregação, ele foi em busca dela. Jesus é o semeador. A instrução de Moisés regará a semente depois de semeada.
Podemos dizer que Nicodemos é a terra fértil. Apesar dele não compreender a pregação, ele foi em busca dela. Jesus é o semeador. A instrução de Moisés regará a semente depois de semeada.
E é interessante percebermos como esses três personagens tão distintos estão relacionados por um evento tão singular. Qual evento é esse? Por mais difícil que seja de acreditar, é isso mesmo: Neustã, a serpente de bronze. Se quiserem entender isso é melhor continuar lendo, não me chamem de herege ainda.
Em Números 21: 4 a 9 vemos o episódio da serpente de bronze no antigo testamento. O povo de Israel estava murmurando mais uma vez sem motivo e provocou a ira do SENHOR, que castigou o povo através de serpentes. O livramento veio por meio de uma serpente de bronze confeccionada por Moisés. Todo aquele que visualizasse a serpente estaria curado do veneno proveniente de uma picada. E o que isso tem a ver com Jesus e Nicodemos? Jo 3: 14 e 15. O Filho do Homem foi levantado numa cruz como a serpente no deserto, e todo aquele que visualizar esse sacrifício, ou seja, crer nele, será salvo do veneno introduzido no mundo pela serpente, o pecado.
É uma analogia incrível e tudo, mas não é só isso o que importa nessa interligação de histórias. Devemos entender que as serpentes no meio do povo eram uma disciplina da parte de Deus, ou seja, algo estava sendo ensinado. No versículo 5 de Nm 21, o povo estava murmurando contra Deus. A murmuração nada mais é do que perder o foco, não enxergar as coisas certas. Israel reclama dizendo que não havia pão nem água naquele deserto, mas sabemos que Deus fazia cair pão do céu e tirava água de rochas pra saciar a fome e a sede do seu povo. Ou seja, Israel estava olhando pro lugar errado. Por isso Deus manda aquelas serpentes, pois até então não existia relato algum de morte causada por serpente (perigo comum pra qualquer grupo com mais de 600.000 pessoas atravessando o deserto) desde o início do Êxodo. O livramento do Senhor estava presente o tempo todo e o povo deixou de enxergá-lo. Por isso a cura veio por meio de uma atitude: olhar pro lugar certo, não pra aridez do deserto ou pra "atrativa" antiga vida do Egito, mas pra proteção e livramento de Deus.
E assim também deve ser conosco, Jesus nos livrou da morte e não podemos parar de olhar pra isso. Se desviarmos os olhos vamos focar na aridez da vida ou na nossa atrativa antiga vida, não de escravidão no Egito, mas de escravidão pelo pecado. Não podemos tirar os olhos do livramento de Deus através do sacrifício de Cristo. Isso é o que Jesus está mostrando pra Nicodemos.
Não devemos visualizar o livramento de Deus só quando nos convertemos, mas durante toda a nossa vida como novas criaturas. E para lograrmos êxito em olhar sempre pro lugar certo, precisamos amar as coisas certas. Em primeiro lugar vem o que Jesus e Moisés ensinaram em seus últimos dias de vida (Dt 6:5 e Mt 22:37). Amar a Deus a ponto de se doar inteiramente: todo o coração, toda a alma e toda a força.
Por isso dependemos tanto do nosso segundo início, porque foi ali que pela primeira vez vimos a Cristo como nosso livramento da morte da eterna. E assim precisamos, muitas vezes, parar e meditar em aonde se encontram os nossos olhos, aonde estamos focando, pois ali vai ser onde estará também o nosso amor. Com essas passagens Deus nos ensina a olhar na direção correta e amar o que se deve amar para continuarmos crescendo e frutificando, sem que precisemos ser disciplinados como o povo de Israel foi. Aprendamos com a Palavra, com o que Deus está nos ensinando. Amém.
*Nota do autor: a intenção é continuar expondo esse assunto nas próximas postagens.