Como navios blindados seguimos em frente, resistindo ao inimigo de nossa alma, lutando até o sangue contra o pecado e vencendo o mundo, pelo temor do Senhor, o Deus Todo-Poderoso.

(Cada autor deste blog é responsável por suas opiniões e criações)

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Morrer para viver



Um dia nós nascemos. De certo você não recorda. Já imaginaram o quanto seria interessante se nos lembrássemos? Felizmente, pois essa é a vontade de Deus, não lembramos. Mas não fique triste (falo como se tivessem ficado, não é?). Deus nos permite relembrar outro momento: o nascer de novo (Cl 2:13). Certamente aquele foi o fato mais importante da sua vida, pelo menos deveria ser, porque a vida de nada valeria se não fôssemos alcançados pela Graça de Deus por meio da fé em Jesus (Mc 8:36).

O Todo Poderoso em sua infinita sabedoria tem as mais variadas formas de nos chamar. Alguns de forma, aos nossos olhos, ‘grandiosa’, já outros de forma bem ‘simples’. Na verdade a graça que abundou na vida de um ladrão (Lc 23:39-43) foi a mesma que atuou na vida de um homem que sempre observou os mandamentos (Jo 3). Ou seja, todos precisam da Graça.

A salvação em Cristo é algo irreversível, não há como perdê-la (Rm 8:39), afinal ela não vem de nós, é dom de Deus (Ef 2:8). Sendo assim podemos pecar loucamente sem se preocupar? Creio que a passagem seguinte responde essa pergunta:

“Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?
De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Rm 6:1-2).

O apóstolo Paulo deixa muito claro que a expiação de Deus por meio do sangue do Cordeiro não nos dá o direito de não lutar contra o pecado, pelo contrário, ele deve ser o nosso combustível para a batalha da qual herdamos quando entregamos, pela vontade de Deus, nossa vida a Cristo. Sim, herdamos as dores por fazer a vontade do Pai. Porém essas dores serão revertidas em gozo eterno na nova Jerusalém.

Se de fato somos convertidos a Cristo, um dia nos encontraremos com ele. A pergunta é: como nos preparamos para esse encontro?

A resposta todos sabem, alguns podem inclusive citar passagens sem colar,  João 15:10-11, por exemplo, mas quando deparados com os conflitos na prática, o resultado é outro. Sendo assim eu reformulo a pergunta: como estamos nos preparando para a volta do Messias?

A Bíblia é a nossa única regra de fé e prática. Fé e prática são duas coisas que estão diretamente ligadas. Não há como ter fé sem obras e não tem como agradar a Deus com nossas obras sem fé.

“Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2:26).

Deus não somente nos deu a salvação como também as ferramentas para lutar contra o pecado, o Mundo e Satanás (Ef 6:13-18). Infelizmente nós insistimos em ignorar a dependência de Deus. Chega a ser irônico quando buscamos dependência do Senhor de forma independente. Falamos “eu confio em Ti”, mas ao passarmos por um problema, e não conseguindo resolvê-lo logo, ficamos ansiosos.

Quando olhamos para nossas vidas e vemos as maravilhas operadas pelo Senhor, ficamos encantados com tamanhas transformações. Glória a Deus por isso. Só não podemos nos esquecer de que a santificação é um processo constante. O pecado é sutil, ele não dorme, está dentro de nós esperando um momento para nos derrubar.

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9).

Há uma grande diferença entre corrupto e DESESPERADAMENTE corrupto. Para melhor entendermos do que estou falando vamos ler Mateus 5:21,22 e 27 à 28:

“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”.

Nesta passagem Jesus nos mostra que o pecado, como eu disse, é sutil. Qual pessoa nunca se irou ou deu aquela olhadela além da conta pra moça, ou rapaz, que estava passando na rua? Ou ainda, quem nunca “comentou” da vida do próximo sem o consentimento dele?

Todos erram. Como estamos cansados de ouvir, Deus ama o pecador, mas abomina o pecado. Repito o que já disse nesse texto: a expiação de Deus por meio do sangue do Cordeiro não nos dá o direito de não lutar contra o pecado.

Devemos odiar o pecado, lutar contra essa nossa natureza, renunciar a nós mesmos a cada dia. Assim como Isaías (Is 6:5) devemos chorar diante do Deus santo. Não necessariamente com lágrimas. Chorar com a alma ao vermos o quanto somos pobres e não merecedores da vida eterna.

Para finalizar, eu gostaria de tocar rapidamente em dois pontos cruciais para a busca de uma vida justa diante de Deus:

ORAÇÃO. É possível ser amigo de alguém sem diálogo? Não. Nosso relacionamento com Deus funciona da mesma forma, sem oração não há como termos uma vida de intimidade com o Pai. Portanto orai sem cessar (1 Ts 5:17).

MEDITAÇÃO. Todos os dias precisamos tomar mais ou menos dois litros de água e pelo menos duas refeições bem abastecidas. Caso contrário, nosso corpo sentirá a ausência dos nutrientes. Nosso espírito de igual modo precisa de alimento. A meditação na Palavra é o que precisamos para nos mantermos firme no Senhor.


Portanto, queridos, busquemos a cada dia manter os olhos firmes no Filho do Homem. A presença verdadeira de Cristo em nossas vidas é capaz de nos aperfeiçoar a Sua vontade. Quanto mais próximos de Deus chegamos, mais notamos o quanto estamos distantes de fazer Sua perfeita vontade.
Morramos para que possamos viver.

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