Como navios blindados seguimos em frente, resistindo ao inimigo de nossa alma, lutando até o sangue contra o pecado e vencendo o mundo, pelo temor do Senhor, o Deus Todo-Poderoso.

(Cada autor deste blog é responsável por suas opiniões e criações)

sábado, 27 de dezembro de 2014

Unidade

Nos dias de hoje, o individualismo e a independência humana são práticas disseminadas massivamente em todos os segmentos da sociedade, seja por meio dos veículos de comunicação, seja pela qualificação profissional, ensino escolar e até mesmo pelo ensino eclesiástico, malgrado a missão deste último seja pregar união e unidade da Igreja com fito de glorificar a Deus.

Diante das individualidades – não o individualismo – dos membros deste corpo uno que é a Igreja, debaixo de um bombardeio de ideologias antropocêntricas advindas do puro egoísmo humano, cercados pela indiferença crescente desse mundo cada vez mais virtual, como entender as situações e proceder para o progresso da unidade do Corpo de Cristo?

Nosso objetivo não é apresentar as soluções para todos os conflitos deste tema, mas apontar alguns esclarecimentos sobre quem somos e como devemos nos portar a partir daí.

Aqui cabe salientar que, desde o princípio, Deus criou com variedade os seres humanos. Primeiro criou Adão e Eva, variedade de gênero, homem e mulher (Gênesis 2). Em seguida, Caim e Abel nasceram, lavrador e pastor, respectivamente, variedade de ofícios (Gênesis 4).

Observe-se que as individualidades têm que atender aos objetivos principais de sua criação. Bem administrada, a variedade de gênero levou à multiplicação dos habitantes da terra. Mal administrado por parte de Caim, seu ofício não obteve êxito em agradar ao Senhor (Gênesis 4:5-7).

Em seu Ministério aqui na terra, Jesus Cristo uniu diversos discípulos, entre eles: os 12 apóstolos, Paulo e Matias. Os discípulos, de uma forma geral, eram pessoas de diferentes classes da sociedade, com diferentes profissões, de diferentes envergaduras culturais e econômicas e mesmo assim compunham a o corpo da Igreja Primitiva.

Entre os apóstolos, dos quais dispomos de algumas informações minuciosas, havia os pescadores, o publicano, o zelote, os fleumáticos, os coléricos, os estudiosos, os tímidos, os egoístas, os desconfiados, os honestos, os eloquentes e outros muitos adjetivos, e, mesmo diferentes entre si, foram comissionados em grupo unido em torno de algo comum a todos, o Evangelho de Cristo.

Em boa parte das ocasiões, o problema não está nas diferenças entre as pessoas, mas no manejo dessas diferenças.

A Igreja local não foge a esse cenário. Somos todos membros diferentes de um mesmo Corpo e com um objetivo em comum. Somos estudantes, motoristas, policiais, professores, faxineiros, eletricistas, dentistas, arquitetos, mecânicos - dentre uma gama de profissões. Somos pessoas calmas, explosivas, alegres, sisudas, polidas, ríspidas, desinibidas, tímidas, dentre uma infinidade de personalidades.

Todas essas individualidades, se mal administradas, nos levarão sempre a dissoluções, separações, conflitos, por causa da cobiça, da soberba, da intolerância, do egoísmo.

Todos nós fazemos parte da Igreja Visível, formando, naturalmente, um grupo imperfeito de imperfeita conduta. Nas palavras de Agostinho “um corpo misto” composto por crentes e não-crentes.

Quer dizer que devemos nos acomodar com o joio crescendo junto ao trigo, usando o argumento da “unidade a qualquer custo”? Penso que não.

No ensino de R. C. Sproul, a missão do crente é fazer Visível a Igreja Invisível, santa e imaculada, transparente mas vista por Deus.[1]

Ora, irmãos, o que nos diferencia dos demais grupos sociais é nosso compromisso com a Verdade do Evangelho. Se o mundo prega o individualismo, e nós a unidade, o que se opõe ao singular? O coletivo.

Então, como proceder, que recursos utilizar para obter êxito nesta missão coletiva? Vejamos o que diz o texto de Efésios 4:1-32 e 5:1-2:

“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos. E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas. E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo. Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.

Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.”

Como Cristo, usando de humildade, mansidão, longanimidade e suportando-nos uns aos outros em amor, iremos nos tornar um Corpo cada vez mais ajustado, para desempenhar bem o serviço pelo qual somos comissionados.

Nesses dias de final de ano, sempre há quem diga que o ano vindouro será melhor. Mas como acreditar nessa afirmação se “melhor” quer dizer “aprimorado”? E como aprimorar se não há disposição pessoal em rever condutas e conceitos próprios?

Pensemos e reflitamos sobre quão interessados estamos no coletivo em detrimento do individual. Sobre o quanto estamos interessados em agir com humildade para considerar o próximo em melhor estima.

“Os gafanhotos não têm rei; contudo, marcham todos em bandos.” Provérbios 30:27


Finalmente, quero dedicar este pequeno e singelo artigo a um amigo que faz aniversário hoje, 27.12.14. Ao Henrique Maravalha, que tem se tornado um amigo mais próximo que um irmão, com sua vida tem ensinado sobre humildade, mansidão, longanimidade e tolerância. Obrigado por fazer parte dessa unidade comigo, irmão.








[1] SPROUL, R. C. in “Verdades essenciais da fé cristã – 3º caderno”.

sábado, 30 de agosto de 2014

Sobre o inato e o influenciável num ser emotivo e consciente

O ser-humano é constituído de inúmeros atributos inatos, expressos em faculdades como pensar, comunicar-se e afetuar-se. Também, em grandes proporções, somos compostos por elementos de pessoas, ambientes e circunstâncias que nos circundam. Neste segundo plano, somos muito mais etéreos, e, sem qualquer nível de reflexão, a visão/opinião exterior de alguém sobre algo (ou vice-versa) pode sobrepor-se à nossa sem notarmos.

Ao encaixarmos isso na realidade de um jovem cristão, como nós -encouraçados-, observar-se-á uma pessoa com defeitos e qualidades, antes totalmente depravado, e que, ao ser convertido, deixa de ser influenciado majoritariamente pelo chamado 'século', o não-eterno, para viver cotidiano, amizades, hábitos e linguajares que remetem ao Eterno.
Ainda que, revestido pela Graça, este cristão é pecador, de uma péssima estirpe, e suscetível a vícios. O desenvolver espiritual deste ser vai depender da sua intimidade com a Palavra de Deus. Ela é capaz de desfazer os hábitos errôneos que são adquiridos na igreja ou fora dela. A Bíblia é o poderoso caminho para que a nossa imaturidade doutrinária se reverta em um conhecimento mais satisfatório do Criador e de Sua relação para conosco. Deixemos a preguiça de lado, vamos meditar e fugir das armadilhas do Mal que estão fora dos muros da igreja, mas, também, dos ventos de doutrina e da superficialidade que podemos adquirir com o tempo na igreja.


Para exemplificar, dissertarei sobre a corriqueira atribuição do sentido de emoção à palavra coração na Bíblia. A impressão que muitos têm é que só é possível encontrar Deus e relacionar-se com Ele mediante uma grande emoção. E, para tal, usa-se muito a palavra coração. Contudo, se listarmos aqui alguns exemplos, ver-se-á que substituir coração por -consciência- faz muito mais sentido. Mostra-se, assim, como Deus se expressa e podemos percebê-Lo, TAMBÉM, de maneira racional. Até em exemplos como "O cântico de Ana" em 1 Sm 2:1 (O meu coração se regozija no SENHOR...), onde há uma carga emotiva forte, pode-se inferir que ela o faz com consciência de quem é o Deus ao qual ela entoa um louvor.

Aos exemplos: 
1- Gênesis 17:17 ACF - 'Então caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? E dará à luz Sara da idade de noventa anos?'
2- Gênesis 20:6 ACF - 'Bem sei eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto;'
3- Salmos 4:4 AA - 'Irai-vos e não pequeis; consultai com o vosso coração em vosso leito, e calai-vos.' (Essa passagem deixa explícita a ideia)
4- Salmos 14:1 AA - 'Diz o néscio no seu coração: Não há Deus.' 
5- Isaías 33:18 TB - 'O teu coração meditará o terror: onde está aquele que registrou, onde está quem pesou o tributo, onde está o que numerou as torres?'
6- Isaías 44:18 ACF - 'Nada sabem, nem entendem; porque tapou os olhos para que não vejam, e os seus corações para que não entendam.' (E, desde quando, emoção entende algo? rs)


Os exemplos são vastos e a minha conclusão é que correlacionam emoção com coração em consequência da psicologia moderna. O que entendo desses versos citados é que Deus conhece o nosso coração, e quer que, com ele, busquemo-Lo e adoremo-Lo com toda a nossa consciência. Plano de Deus!
Então, que o Senhor nos direcione para abandonarmos nossos vícios, que estejamos sempre atentos ao que condiz ou não com seus mandamentos e que possamos compreendê-Lo de maneira mais holística, utilizando: intelecto, volição, emoção, coração, consciência e o que mais for possível citar.


Sola Fide!

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Morrer para viver



Um dia nós nascemos. De certo você não recorda. Já imaginaram o quanto seria interessante se nos lembrássemos? Felizmente, pois essa é a vontade de Deus, não lembramos. Mas não fique triste (falo como se tivessem ficado, não é?). Deus nos permite relembrar outro momento: o nascer de novo (Cl 2:13). Certamente aquele foi o fato mais importante da sua vida, pelo menos deveria ser, porque a vida de nada valeria se não fôssemos alcançados pela Graça de Deus por meio da fé em Jesus (Mc 8:36).

O Todo Poderoso em sua infinita sabedoria tem as mais variadas formas de nos chamar. Alguns de forma, aos nossos olhos, ‘grandiosa’, já outros de forma bem ‘simples’. Na verdade a graça que abundou na vida de um ladrão (Lc 23:39-43) foi a mesma que atuou na vida de um homem que sempre observou os mandamentos (Jo 3). Ou seja, todos precisam da Graça.

A salvação em Cristo é algo irreversível, não há como perdê-la (Rm 8:39), afinal ela não vem de nós, é dom de Deus (Ef 2:8). Sendo assim podemos pecar loucamente sem se preocupar? Creio que a passagem seguinte responde essa pergunta:

“Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?
De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Rm 6:1-2).

O apóstolo Paulo deixa muito claro que a expiação de Deus por meio do sangue do Cordeiro não nos dá o direito de não lutar contra o pecado, pelo contrário, ele deve ser o nosso combustível para a batalha da qual herdamos quando entregamos, pela vontade de Deus, nossa vida a Cristo. Sim, herdamos as dores por fazer a vontade do Pai. Porém essas dores serão revertidas em gozo eterno na nova Jerusalém.

Se de fato somos convertidos a Cristo, um dia nos encontraremos com ele. A pergunta é: como nos preparamos para esse encontro?

A resposta todos sabem, alguns podem inclusive citar passagens sem colar,  João 15:10-11, por exemplo, mas quando deparados com os conflitos na prática, o resultado é outro. Sendo assim eu reformulo a pergunta: como estamos nos preparando para a volta do Messias?

A Bíblia é a nossa única regra de fé e prática. Fé e prática são duas coisas que estão diretamente ligadas. Não há como ter fé sem obras e não tem como agradar a Deus com nossas obras sem fé.

“Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2:26).

Deus não somente nos deu a salvação como também as ferramentas para lutar contra o pecado, o Mundo e Satanás (Ef 6:13-18). Infelizmente nós insistimos em ignorar a dependência de Deus. Chega a ser irônico quando buscamos dependência do Senhor de forma independente. Falamos “eu confio em Ti”, mas ao passarmos por um problema, e não conseguindo resolvê-lo logo, ficamos ansiosos.

Quando olhamos para nossas vidas e vemos as maravilhas operadas pelo Senhor, ficamos encantados com tamanhas transformações. Glória a Deus por isso. Só não podemos nos esquecer de que a santificação é um processo constante. O pecado é sutil, ele não dorme, está dentro de nós esperando um momento para nos derrubar.

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9).

Há uma grande diferença entre corrupto e DESESPERADAMENTE corrupto. Para melhor entendermos do que estou falando vamos ler Mateus 5:21,22 e 27 à 28:

“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”.

Nesta passagem Jesus nos mostra que o pecado, como eu disse, é sutil. Qual pessoa nunca se irou ou deu aquela olhadela além da conta pra moça, ou rapaz, que estava passando na rua? Ou ainda, quem nunca “comentou” da vida do próximo sem o consentimento dele?

Todos erram. Como estamos cansados de ouvir, Deus ama o pecador, mas abomina o pecado. Repito o que já disse nesse texto: a expiação de Deus por meio do sangue do Cordeiro não nos dá o direito de não lutar contra o pecado.

Devemos odiar o pecado, lutar contra essa nossa natureza, renunciar a nós mesmos a cada dia. Assim como Isaías (Is 6:5) devemos chorar diante do Deus santo. Não necessariamente com lágrimas. Chorar com a alma ao vermos o quanto somos pobres e não merecedores da vida eterna.

Para finalizar, eu gostaria de tocar rapidamente em dois pontos cruciais para a busca de uma vida justa diante de Deus:

ORAÇÃO. É possível ser amigo de alguém sem diálogo? Não. Nosso relacionamento com Deus funciona da mesma forma, sem oração não há como termos uma vida de intimidade com o Pai. Portanto orai sem cessar (1 Ts 5:17).

MEDITAÇÃO. Todos os dias precisamos tomar mais ou menos dois litros de água e pelo menos duas refeições bem abastecidas. Caso contrário, nosso corpo sentirá a ausência dos nutrientes. Nosso espírito de igual modo precisa de alimento. A meditação na Palavra é o que precisamos para nos mantermos firme no Senhor.


Portanto, queridos, busquemos a cada dia manter os olhos firmes no Filho do Homem. A presença verdadeira de Cristo em nossas vidas é capaz de nos aperfeiçoar a Sua vontade. Quanto mais próximos de Deus chegamos, mais notamos o quanto estamos distantes de fazer Sua perfeita vontade.
Morramos para que possamos viver.

sábado, 9 de agosto de 2014

És antes de todas as coisas



O tema existência de Deus, sob o questionamento de ser fato verdadeiro ou não, gera em todas as camadas da sociedade discussão, principalmente entre pesquisadores que buscam provas concretas da realidade divina. Argumentam tais intelectuais, não haver indícios suficientes justificando que Deus existe.

Na busca pela verdade, a bíblia representa uma fonte de evidências contendo registros históricos, os quais tanto oferecem mostras do passado (acontecimento, condutas e costume), quanto referências, respaldo e guia para nossa vida nos dias atuais. No entanto, nossa intenção é discutir com aqueles que negam o criacionismo e consequentemente da bíblia desacreditam (apologética). Evitemos então o uso dos argumentos expostos na escritura sagrada, para seguir a linha “científica” tão abordada e almejada por aqueles que procuram avidamente por provas.  

As metodologias de pesquisas, sejam sobre aspectos religiosos ou laicos são semelhantes, sendo tênues suas linhas de análise. Aqueles que adotam o evolucionismo como teoria, defendem a ideia de um universo eterno, porém estudos relatam que este nem sempre existiu. A grande explosão (big bang) – teoria mais utilizada para explicar a formação do universo - somente ocorreu quando o espaço começou a emanar energia. De onde surgiu essa energia?! Tais teóricos expõem um ponto de partida para formação do universo, o que não quer dizer que seja o princípio de tudo, afinal essa energia emanada veio de algum lugar. Assim sendo, é insustentável a idéia de não ter havido uma primeira causa.

A coincidência não é pilar de argumentos para justificação de matéria complexa, tão pouco fonte de explicação para pesquisadores. O funcionamento do universo em si e sua própria evolução, evidenciam que combinações pontuais ocorreram apontando para um planejamento prévio que cominasse na atual estrutura do espaço. O planeta em que habitamos também demonstra que acontecimentos de extrema peculiaridade (distância entre a Terra e o Sol, tonalidade do Sol, massa do planeta Júpiter, gravidade, inclinação da Terra entre outros)¹ ocorreram para que fosse possível a vida na terra, bem como para que houvesse uma interação harmônica entres os elementos que a constituem.

Façamos agora uso da analogia, uma ferramenta tão útil para tornar cristalino – ou próximo disso - o que pode ser turvo no vasto mar da busca por conhecimento.

O maestro, na orquestra sinfônica contemporânea, sustenta um patamar de solista. Sua importância em uma orquestra é tamanha que, mesmo dentre músicos de inquestionável talento e habilidade, seria impossível a execução de determinadas obras sem ele. O funcionamento harmônico de tão hábil conjunto artístico demanda um regente conhecedor de cada instrumento e suas peculiaridades, bem como a ordem e intensidade de suas execuções.
 
Objetivando o cumprimento das intenções cristalinas que nossas comparações almejam, devo especificar que nosso exemplo supracitado, será utilizado quanto à estrutura na qual se constitui. Logo, da orquestra sinfônica, peço que agora se atenha ao que for concernente a sua complexa formação e componentes, seu importante regente e o trabalho em conjunto – como conjunto – em busca de harmonia e excelência.

Para a constituição e clareza de nosso paralelo traçaremos a outra reta, esta agora trazendo a formação da Terra, nosso planeta.

Nosso globo é constituído por diversos elementos, todos eles com sua importância e funções, formando uma inteligente estrutura de complicado funcionamento e que se completam em cada uma de suas atividades conjuntas; é perfeito.

Perfeição é plenitude, é completo, não possui falhas, Deus é assim. Ressaltamos toda sua grandeza na criação, no princípio de tudo. O criador é o início, mas é também o meio e o fim, é total e tudo que precisamos. “Portanto sejam perfeitos, como perfeito é o pai celestial de vocês.” (Mateus 5:48)

É perfeito porque Deus fez, Deus planejou. O Regente de todo o universo, sabia exatamente a hora que cada tom de eletromagnetismo deveria tocar, sabia a intensidade de cada acorde de prótons e nêutrons, cada batida de energia, todas as notas em harmonia, dando a nós a partitura perfeita. Louvado seja o nome do SENHOR.
 
Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis. (Romanos 1. 19-20, Bíblia Sagrada, Almeida Revista e Atualizada).

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¹ Hugh Ross, Ph. D. Reasons To Belive.

Por Henrique Maravalha

P.s.: A princípio me pareceu mais adequado a comparação utilizando o universo como um todo, uma vez que a infinita grandeza e força do Maestro (o Senhor Deus) desta parte da analogia permitiriam tão abrangente sistema, no entanto, nossas intenções ilustrativas se adequavam mais a proporções menores (a terra).

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

De quem você é?


Como bem sabemos, vivemos dias “terríveis”, estamos vivendo no meio de um povo que é entregue à idolatria, que faz do homem o seu próprio deus. Vemos também o contrário, líderes que se denominam algo que não são, encontramos apóstolos, patriarcas etc. Porém, o que mais me chama a atenção nessa história toda, é a postura de cada um, e a motivação, ou melhor, a quem estamos seguindo.
            
Pois bem, apesar de eu ter falado que vivemos tempos “terríveis”, e de fato vivemos, este não é um mal exclusivo do nosso século, pelo contrário, desde os tempos de Moisés, quando o povo de Israel preferiu adorar a um bezerro de ouro feito por mão humanas (Êxodo 32:4), ou mesmo nos tempos do apóstolo Paulo, quando o povo dava mais credibilidade ao mensageiro do que à própria mensagem, e isto, sem dúvida alguma, o deixava bastante preocupado. Vejamos a seguinte passagem: “Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo.” (1 Coríntios 1:12) Eis a pergunta, de quem você é? A quem tem seguido?
 
Deixe-me refrescar sua memória, a igreja de Corinto era bastante problemática, porém não muito diferente de nossas igrejas hoje, foi Paulo quem fundou a igreja de Corinto, mas ele não estava sempre presente, e teve ajuda no processo de edificação, e alguns dos que ajudaram foram Apolo e Cefas (Pedro), contudo, a igreja não pertencia a nenhum deles, e por certo nenhum deles queria esse mérito para si. A igreja pertencia ao Senhor, assim como hoje a igreja não pertence ao pastor. Mas você deve estar se perguntando onde eu quero chegar com tudo isso. Vejamos. 

Os coríntios estavam divididos porque admiravam em demasia os seus líderes. Eles escolhiam seus líderes segundo os padrões do mundo, a chamada “sabedoria humana” ou “sabedoria do mundo”. Os cristãos mundanos achavam que Paulo era animado, além de ser o “fundador” da igreja (Atos dos Apóstolos 18:7-8, 11), que Apolo era eloquente e bastante talentoso (Atos dos Apóstolos 18:24), e Pedro, ao que parece, tinha um grupo que o seguia que duvidava das credenciais de Paulo e preferiram manter o elo com Jerusalém, além do que, ele era um grande líder judeu. (Atos dos Apóstolos 1:15; 2:14; 4:13) 

1) Meu objetivo não é criticar os líderes, muito menos a maneira como se portam. Meus alvos são os liderados, minha primeira colocação é: Com base em quais parâmetros temos feito nossas escolhas quanto a quem seguir? Que a Bíblia venha a ser nossa regra de fé e prática, e, nela apoiados, venhamos a nos decidir, sigamos a Cristo. 

2) Ao longo do texto acabei por abordar dois tipos de cristãos, (a) os primeiros são aqueles que se desviam dos caminhos do Senhor na ausência de seu líder espiritual, naquela ocasião do deserto era Moisés, nos dias atuais pode ser o pastor local, e se voltam para adorar a outros deuses, naquela ocasião foi o bezerro de ouro, no nosso caso pode ser o trabalho que nos consome, ou o tempo dedicado aos estudos, e no fim não sobra nada para Deus. (b) O segundo tipo de cristãos citados são aqueles que ao invés de olharem unicamente para Cristo, que é o autor e consumador de nossa fé, acabam por valorizar demasiadamente o mensageiro, daquele que nos traz a palavra, muitos estão nas igrejas procurando o pastor mais bonito, aquela mais bem arrumado, que tem uma voz bonita e que fala palavras difíceis. Quanto a isso Paulo no fala algo bastante interessante: “Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome de Paulo?” (1 Coríntios 1:13) 

A expressão em nome de (literalmente dentro do nome) tem o seguinte significado: “Dar dinheiro dentro do nome de um homem era pagar algo para seu crédito, para sua posse pessoal. Vender um escravo no nome de um homem era entregar este à posse absoluta e indisputável dele.” Por isso a seguinte pergunta: Por acaso não foi Cristo quem morreu por vós? “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (Atos dos Apóstolos 4:12) Mais um vez eu pergunto, a quem você tem seguido? Que tipo de cristão você é?

3) Como já havia falado mais ao começo do texto, vivemos dias “terríveis”, de fato o fim dos tempos, onde vemos brigas por poder dentro das próprias igrejas, homens em busca de mídia, pelo que nós mesmo nos pegamos envolvidos em porfias e discussões acerca de qual igreja é melhor, e por fim, o que mais me incomoda, vemos desentendimentos acerca da “melhor doutrina”. Refiro-me ao fato de cada um dizer: “Eu sou de Armínio, e eu, de Calvino.”

Mas que bobagem. Exorto-vos, não entremos em discussões deste tipo, Cristo é um só e foi Ele quem morreu por nós, Ele não está dividido e a Sua Palavra é uma só. Quero deixar bem claro que minha “crítica” não se refere à doutrina, muito pelo contrário, me refiro às confusões que ocorrem em torno dela.

4) E por fim, espero que minhas palavras tenham sido a mensagem do próprio Deus. Que aqueles que não sabem a quem seguir, sigam a Cristo. Aqueles que ainda estão em dúvida, se decidam. E aqueles que já seguem a Cristo, que nunca se desviem, nem nunca abandonem a sua fé. E no fim disso tudo, mais uma vez eu pergunto, de quem você é?



Deus os abençoe. Paz!

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Semeando (se)mentes

O início de um texto é tão importante quanto o início em qualquer outra parte da nossa vida. 
Cada ser humano tem seu próprio início, sem maiores polêmicas, quando é concebido, ainda no ventre materno. Nesse momento começam inúmeros outros inícios em efeito dominó. Por exemplo, a formação do código genético de cada indivíduo é o que desencadeia suas futuras aptidões físicas e cognitivas, que vão gerar inúmeras possibilidades de começar ou não certas atividades. Tudo em nossa vida, na dimensão humana, é assim. Tudo teve origem em algum lugar, algum tempo. 

O início de tudo.
Seja nesse texto ou na nossa vida, os inícios são essenciais. Dependemos diretamente deles em tudo o que fazemos. E nós, novas criaturas, somos diferentes das demais pessoas, temos um segundo "início de tudo" em nossas vidas que é tão importante quanto o nosso concebimento (Jo 3:3). É nesse nascer de novo que a nossa vida espiritual vai se basear. 

Tudo começa com a preparação da terra (Mt 13:23), que se dá ao ouvir e compreender a pregação da palavra, que é a semente. Essas duas atitudes nos darão a fé necessária para crer em Deus, no sacrifício de Cristo e no Espírito Santo (Rm 10:17). Assim somos concebidos e nascidos de novo, como novas criaturas (2 Co 5:17), e como tais temos também um novo objetivo: não vivemos mais para nós mesmos e sim para Cristo (2 Co 5:15). 

Para tal objetivo se tornar viável existe um único caminho, que é amar a Deus incondicionalmente (Dt 6:5). Pois foi por causa do "amou de tal maneira" de João 3:16 que Jesus viveu e morreu por nós, para que nós pudéssemos verdadeiramente viver. E se quisermos viver para Cristo, a nossa atitude deve ser exatamente como a dEle por nós, devemos entregar a nossa vida a Ele por amor.
É preciso ser regado pelo ensino para crescer.
No trecho acima, foram citados três personagens, direta ou indiretamente, que não parecem estar muito relacionados um com outro. Primeiramente Jesus e Nicodemos, pois foi citado João 3, e depois Moisés, já que é ele o autor de Deuteronômio. Assim temos Nicodemos querendo se converter, Jesus pregando a Palavra pra ele e Moisés dando a receita de como proceder depois de se converter.

Podemos dizer que Nicodemos é a terra fértil. Apesar dele não compreender a pregação, ele foi em busca dela. Jesus é o semeador. A instrução de Moisés regará a semente depois de semeada. 
E é interessante percebermos como esses três personagens tão distintos estão relacionados por um evento tão singular. Qual evento é esse? Por mais difícil que seja de acreditar, é isso mesmo: Neustã, a serpente de bronze. Se quiserem entender isso é melhor continuar lendo, não me chamem de herege ainda.

Em Números 21: 4 a 9 vemos o episódio da serpente de bronze no antigo testamento. O povo de Israel estava murmurando mais uma vez sem motivo e provocou a ira do SENHOR, que castigou o povo através de serpentes. O livramento veio por meio de uma serpente de bronze confeccionada por Moisés. Todo aquele que visualizasse a serpente estaria curado do veneno proveniente de uma picada. E o que isso tem a ver com Jesus e Nicodemos? Jo 3: 14 e 15. O Filho do Homem foi levantado numa cruz como a serpente no deserto, e todo aquele que visualizar esse sacrifício, ou seja, crer nele, será salvo do veneno introduzido no mundo pela serpente, o pecado.

É uma analogia incrível e tudo, mas não é só isso o que importa nessa interligação de histórias. Devemos entender que as serpentes no meio do povo eram uma disciplina da parte de Deus, ou seja, algo estava sendo ensinado. No versículo 5 de Nm 21, o povo estava murmurando contra Deus. A murmuração nada mais é do que perder o foco, não enxergar as coisas certas. Israel reclama dizendo que não havia pão nem água naquele deserto, mas sabemos que Deus fazia cair pão do céu e tirava água de rochas pra saciar a fome e a sede do seu povo. Ou seja, Israel estava olhando pro lugar errado. Por isso Deus manda aquelas serpentes, pois até então não existia relato algum de morte causada por serpente (perigo comum pra qualquer grupo com mais de 600.000 pessoas atravessando o deserto) desde o início do Êxodo. O livramento do Senhor estava presente o tempo todo e o povo deixou de enxergá-lo. Por isso a cura veio por meio de uma atitude: olhar pro lugar certo, não pra aridez do deserto ou pra "atrativa" antiga vida do Egito, mas pra proteção e livramento de Deus.

E assim também deve ser conosco, Jesus nos livrou da morte e não podemos parar de olhar pra isso. Se desviarmos os olhos vamos focar na aridez da vida ou na nossa atrativa antiga vida, não de escravidão no Egito, mas de escravidão pelo pecado. Não podemos tirar os olhos do livramento de Deus através do sacrifício de Cristo. Isso é o que Jesus está mostrando pra Nicodemos. 

Não devemos visualizar o livramento de Deus só quando nos convertemos, mas durante toda a nossa vida como novas criaturas. E para lograrmos êxito em olhar sempre pro lugar certo, precisamos amar as coisas certas. Em primeiro lugar vem o que Jesus e Moisés ensinaram em seus últimos dias de vida (Dt 6:5 e Mt 22:37). Amar a Deus a ponto de se doar inteiramente: todo o coração, toda a alma e toda a força. 

Por isso dependemos tanto do nosso segundo início, porque foi ali que pela primeira vez vimos a Cristo como nosso livramento da morte da eterna. E assim precisamos, muitas vezes, parar e meditar em aonde se encontram os nossos olhos, aonde estamos focando, pois ali vai ser onde estará também o nosso amor. Com essas passagens Deus nos ensina a olhar na direção correta e amar o que se deve amar para continuarmos crescendo e frutificando, sem que precisemos ser disciplinados como o povo de Israel foi. Aprendamos com a Palavra, com o que Deus está nos ensinando. Amém.

*Nota do autor: a intenção é continuar expondo esse assunto nas próximas postagens.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Bênçãos e Maldições

Rei Saul, Rei Davi, Rei Salomão. O terceiro rei de Israel, o grandíssimo rei Salomão. Dono de uma história surpreendente, desde a coroação até sua morte, Salomão pode nos ser um exemplo em todos os aspectos, bons e maus, indo desde a sabedoria até a desobediência. Sabemos o quão grande era este homem mesmo na sua juventude quando pediu sabedoria a Deus. E a bíblia nos fala que o Espírito Santo se agradou deste pedido, ou seja, o Senhor se agradou da escolha de Salomão, pois era uma escolha humilde... Imaginem um jovem rei, com mais ou menos entre 19 e 25 anos.
A nossa idade.

 
Imaginem esse rapaz com toda a riqueza de um país para ministrar que hoje em dia valeria milhões de dólares, servos incontáveis, inimigos para subjugar, filho do maior rei que o planeta viu e verá... Com motivos de sobra para bater no peito e se vangloriar de qualquer coisa que fizesse. Esse mesmo jovem rei, quando questionado por Deus, escolheu ser sábio. E Deus o abençoou com riquezas, paz e vida longa. Salomão era com Deus e Deus era com Salomão. Só foi exigida uma única coisa de Salomão que está lá em 1 Reis 3:14: “E, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos, e os meus mandamentos, como andou Davi teu pai, também prolongarei os teus dias.”
E assim foi por bons 30 anos.

 
Mas aí então chegamos ao texto de hoje. Salomão, apesar de ter sido humilde e sábio na juventude, agora se mostrava um sábio orgulhoso. Salomão no fim da vida deixou Deus de escanteio e passou a considerar todas as coisas que possuía como obras de suas mãos. As toneladas de ouro, prata e marfim lhe subiram à cabeça e o bondoso rei agora era um rei soberbo, egocêntrico e mesquinho...

 

Jovem Rei

1 Reis 25 vai estritamente de encontro da Lei do Senhor acerca de como deveria ser o rei de Israel que encontramos em Deuteronômio 17:17: “Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem prata nem ouro multiplicará muito para si.”  As bênçãos de Deus representadas pela riqueza, foram bênçãos por muito tempo, mais ou menos 30 anos. Porém, no momento em que o coração do rei se movia um pouco mais em direção a elas, ele se movia em direção contrária a Deus. De pouquinho em pouquinho, Salomão foi deixando Deus de lado. As bênçãos se tornando maldição. Quando viu que não tinha acontecido nada demais, resolveu ignorar também Deuteronômio 17:16: “Porém ele não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito para multiplicar cavalos; pois o SENHOR vos tem dito: Nunca mais voltareis por este caminho.
 
Salomão estava afundando no pecado...

 
Já tinha se esquecido de quão boa é a presença de Deus.

 
Até que sua perdição chegou.

 
Versículos 1, 2 e 3 do capítulo 11: “E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.”

 
Nesse momento, Salomão já foi de encontro a quase todos os requisitos de um rei. Ao tomar as mulheres estrangeiras para si, percebe-se o distanciamento profundo de Salomão para com Deus. Além disso, se vê também a sua mania de grandeza. Como se não bastasse uma, o rei tomou 700 esposas e 300 concubinas. 1000 mulheres. Eu disse MIL.

 
Não deu outra, versículos 4-8 do capítulo 11: “Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o SENHOR seu Deus, como o coração de Davi, seu pai, porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do SENHOR; e não perseverou em seguir ao SENHOR, como Davi, seu pai. Então edificou Salomão um alto a Quemós, a abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom. E assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras; as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses.


Era mulher demais
Daqui para frente, Salomão entra em decadência. Inimigos se levantam para matá-lo e ele entra em uma tristeza profunda. Principalmente depois dos versículos 9 e 10: “Pelo que o SENHOR se indignou contra Salomão; porquanto desviara o seu coração do SENHOR Deus de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera. E acerca deste assunto lhe tinha dado ordem que não seguisse a outros deuses; porém não guardou o que o SENHOR lhe ordenara.
 
Se indignou” aqui designa uma palavra no hebraico que é usada como “esforço para irar-se”. A ideia aqui é que o Senhor Deus se esforçou, protelou até o ultimo minuto até retirar seu Espírito e suas bênçãos do rei Salomão pois ele o amava!
Mas não teve jeito.

 
E acerca deste assunto lhe tinha dado ordem” O Senhor o alertou diversas vezes sobre o pecado e castigo iminente, mas Salomão se recusou a ouvir. Salomão morreu pouco tempo depois, seu filho (tão desviado quanto) foi deposto e não há indícios concretos de sua volta para Deus. Mas eu creio!

 
Por vezes somos como Salomão. Imitamos suas atitudes. No começo da nossa vida espiritual somos belos servos do Senhor, humildes de coração quebrantado e o nosso desejo é louvar e adorar ao Senhor. Mas frequentemente, não percebemos (ou sim) o perverso pecado entrando nas nossas vidas. O confundimos com bênçãos, e às vezes de fato são, mas que acaba se tornando maldição, nos levando a pecar contra a Palavra de Deus.
Diante desta história, podemos tirar no mínimo três aplicações. No mínimo.

A primeira é: Devemos ser humildes. Não importa se és rico de espírito ou dinheiro. Divida-o. Ou se decidir guardar, que não seja para glorificar-se. Salomão guardou prata, carros e cavaleiros. E foi assim que começou sua queda. 1 Tm 6:10: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” Com certeza, Salomão foi um desses que se desviaram da fé por causa da cobiça. Ganância e soberba. Não há mal que não venha desses sentimentos.

 
A segunda é: Cuidado com as bênçãos. Até mesmo o homem mais sábio do mundo se deixou seduzir pelas belezas e “alegrias” mundanas, se desviando até do Senhor. Por vezes, ganhamos algo novo, como um carro, namorada, emprego... Qualquer coisa que tenha sido dada pela graça do Senhor, Ele te deu para que você o glorifique no seu uso diário. Para que você o alegre agradecendo-o. Mas aí pensamos: “ah, vou sair com os amigos no carro hoje e quando voltar leio a bíblia”. Ou: “vou fazer hora extra hoje”. Ou ainda trabalha-se tanto que se estressa e não reflete mais o amor de Deus no trabalho... Enfim, transformar as bênçãos em maldições é comum hoje em dia.

 
E a terceira e mais importante: Obedeça a Palavra de Deus. 1 Reis 3:3: “E Salomão amava ao SENHOR”.
João 14:21: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” Vimos que Salomão realmente amava a Deus e Sua Palavra. Ele tinha prazer em guardá-la e a Deus também era prazeroso guardar Salomão. Mas com o passar do tempo, o rei deixou de ler a palavra e esqueceu os seus mandamentos. Pois não há sabedoria humana que subsista sem o Espírito do Senhor. Salomão se perdeu e, ao que tudo indica, teve um fim trágico. A Palavra de Deus é perfeita e agradável e quem nela anda jamais estará desamparado. Salmo 119 que o diga.

 
Apesar de o Senhor se esforçar em irar-se contra nós, seus filhos, ele se ira, pois é justo. Não nos enganemos, pois o juízo do Senhor vem.

Que não esperemos perder tudo para percebermos que a Palavra é o caminho e que Jesus é a Palavra. Como foi dito em João 14:21: “e eu o amarei”. 


Que possamos ter paz com Deus seguindo os Seus Mandamentos. Daqui pra sempre.

terça-feira, 22 de julho de 2014

A Chegada


O novo é uma constante na vida do jovem. Sempre ávido por auferir novas experiências, sempre tentando abarcar o universo nos próprios e noveis braços, o jovem é um ser vivaz. Parece que nunca se cansa de viver nesse turbilhão de ideias. Pensa que, de tanto imaginar, uma hora vai conseguir alçar esse voo livre pelos céus dos sonhos que vive a criar. Acalma-te, jovem! Ainda haverá mais novidade a explorar do que você consegue ter energia para se deleitar.


Pensando nisso, hoje dividimos a ditosa oportunidade de experimentar algo inédito. Tão sublime, tão jovem, tão vivo, que se faz semelhante ao dia em que alguém se depara com a grandeza do mar (ah! o mar...), que é, irrefutavelmente, verdadeira obra das mãos do Criador do universo.

Mas, afinal, de que novidade estamos falando? Falamos, então, querido interlocutor, do primeiro post do blog ENCOURAÇADO, que se apresenta nestas modestas palavras, pela graça e misericórdia de Deus.

Sim, hoje mergulhamos num mar de ocasiões. Mar este em que adentraremos para aprender, à luz das Escrituras Sagradas, como viver nossa juventude sem que sejamos incautos diante das experimentações juvenis e sem nos desligar do constante temor necessário à uma vida espiritual saudável. (Eclesiastes 11.9-10; Salmo 119.9-11)

De jovem para jovem, vamos dividir lutas e multiplicar forças, dirimir dúvidas e acumular sabedoria vinda do alto, abençoar e ser abençoado, pelo amor que nos faz um. (Tiago 3.17-18)

Vamos caminhar juntos e mais fortes em meio às muitas tribulações que nos acometem, sabendo que, blindados pela Palavra de Deus, atravessaremos as tempestades e prosseguiremos para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. (Eclesiastes 4.12; Filipenses 3.14)


Chegamos! Deus é bom.